Disseram-me, um dia, não me lembro quando
O lombo leve, olhos fartos de esperança
A música inocente antecedia a dança
E ainda eu era louco de sentir espanto
O texto foi-me entregue integralizado
Olharam-me nos olhos e me deram alcunha
Marcaram meu caminho feito pele à unha
Com flores de regalo era chibatado
E vivo hoje, imagem seca deste quadro
Paródia de um roto coração, malfeito
Deformidade construída desde cedo
Concebo então ficção e a denomino fato
Se o tempo, inerte, não me serve de aninho
Ao menos tenho o nada, sina ou meu destino
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