(para Bukowski, data venia)
sou uma borboleta
amarela, asas batendo ao vento
feliz, carrego o contentamento
de não ser nada, a não ser
uma borboleta
sou uma borboleta
formal, trajada de trabalhador
visto minha roupa, exijo respeito
deixo as asas de lado
sou um trabalhador
sou uma borboleta
desbotada, esqueci como voar
bebo um gole, fumo um trago
busco minhas asas em qualquer lugar
mas elas estão aqui
só não funcionam mais
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