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  • Ricardo Pimenta

Poemas sem título *


Vejo o vento, agora sim! que ora sopra

sobre um córrego reluzente e calmo

A lua observa apenas

Essa cena de amor tão fugaz

Não há paz sem as suas pequenas


No céu de nanquim a coruja voa

Sua boca manchada de sangue, de amor

Por que me visitas? Vens reviver nossa dor!

Ah, coruja, o que fazes? Não me atordoa!


Ainda antes da alvorada

Desconstruo-me ao nada

Recolho pedaços de todo meu ser


Pergunto ao vento, ao córrego, a mim

Quem é você? Por que me olhas assim?

Assistes, faminto, esse meu sofrer

 

Mas o vento, promíscuo como garota de aluguel

Beija as flores, pétalas, pistilo e tudo

Beija as árvores e as asas da coruja

Beija o mundo, da janela do bordel


Somente um corpo em queda livre

Caio rumo ao meu fim, tão singela

Em minha vida fui feia, desajeitada

Agora, morta, sei que sou bela.”



 

* Poema escrito pela Nina (acho), enquanto tentava entender suas duas almas austronésias - principalmente aquela que era compulsão, que vagava mundo afora.

Sua história e sua vida pode ser encontrada em Um caco de telha - em formato físico ou eBook.

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