Vejo o vento, agora sim! que ora sopra
sobre um córrego reluzente e calmo
A lua observa apenas
Essa cena de amor tão fugaz
Não há paz sem as suas pequenas
No céu de nanquim a coruja voa
Sua boca manchada de sangue, de amor
Por que me visitas? Vens reviver nossa dor!
Ah, coruja, o que fazes? Não me atordoa!
Ainda antes da alvorada
Desconstruo-me ao nada
Recolho pedaços de todo meu ser
Pergunto ao vento, ao córrego, a mim
Quem é você? Por que me olhas assim?
Assistes, faminto, esse meu sofrer
Mas o vento, promíscuo como garota de aluguel
Beija as flores, pétalas, pistilo e tudo
Beija as árvores e as asas da coruja
Beija o mundo, da janela do bordel
Somente um corpo em queda livre
Caio rumo ao meu fim, tão singela
Em minha vida fui feia, desajeitada
Agora, morta, sei que sou bela.”
* Poema escrito pela Nina (acho), enquanto tentava entender suas duas almas austronésias - principalmente aquela que era compulsão, que vagava mundo afora.
Sua história e sua vida pode ser encontrada em Um caco de telha - em formato físico ou eBook.
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