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  • Writer's pictureRicardo Bertolla

Sturm und Drang I - Die Kindermörderin


Heinrich Leopold Wagner escreveu a peça Die Kindermörderin (traduzida livremente como “a infanticida” ou “a assassina de bebê”) em 1776, durante o movimento artístico proto-romântico Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto ).


Tive o prazer de ler a versão adaptada e traduzida para o inglês por Helga Stipa Madland (dá para pegar no Kindle - o link está aqui). É a história de uma jovem (Evchen, apelido carinhoso para Eva), filha de um pai ultraconservador e uma mãe que se acovarda ante a fúria do marido. O pai, vindo de uma classe social baixa, mas tendo conseguido tornar-se o açougueiro principal da cidade, tem um orgulho de suas conquistas, potencializado pela sua insegurança perante a sociedade que não o convidou por quem ele é, apenas pelo que ele conquistou. Assim, criava sua filha em uma prisão doméstica, tinha um medo enorme de que ela o fizesse passar vergonha ante a sociedade. Achava, ainda, que a mãe era demasiadamente permissiva com a filha. Essa mãe, que todos os dias pensava em sua vida perdida para sua falta de protagonismo, aquele famoso pecado da inatividade, de assistir sua vida passar ante seus olhos quase imóveis. Essa história de vida acaba por tornar Evchen uma presa fácil, pois que demasiadamente inocente. É uma história triste, não traz alegria ao coração. É quase uma tragédia Shakespeariana, antevendo certa retomada futura pelo movimento trágico Byronista inglês. Mas eu adoro uma leitura triste - a tristeza é uma tonalidade necessária, parte inegável da vida.


Mais do que isso, porém, é um texto que contém todos os elementos do Sturm und Drang: um ímpeto romântico, um rompimento social, uma luta contra o racional. O ser humano é feito de emoção, não apenas de razão! O livro grita isso! Impossível não pensar no maravilhoso Álvares de Azevedo, que partiu tão jovem, mas que deixou um legado ultra-romântico para chamarmos de nosso, tupiniquim, brasileiro.


Die Kindermörderin é uma ficção moderna e demasiadamente realista. Quantas histórias como essa não vemos ainda hoje? O livro em si é uma leitura rápida, quase uma introdução literária (para mim, não para a história) a um livro que desnudou por demais o jovem Goethe, de que(m) falarei mais para a frente. Não é seu famoso Fausto, é outra leitura.


Leitura recomendada. Um livro lindo.



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